Coisas e Gentes da Nossa Terra
Canções populares recheadas de simbolismo que atravessaram gerações e que marcam também a nossa identidade cultural, pois ainda hoje continuam a ser cantadas na nossa terra.
Hino de Santa Valha:
(I)
Santa Valha é um jardim,
Toda a gente diz assim,
Pois é bela todo o ano;
Por este Concelho além , a)
Só há quem lhe queira bem , a)
Mas graças a São Caetano. a) (BIS)
(Refrão):
Viva Santa Valha,
Terra de beleza,
Aldeia pequenina,
Cercadinha de riqueza. (BIS)
(II)
Santa valha é radiosa,
Parece um botão de rosa,
Quando chega a Primavera;
Tem a Igreja majestosa, a)
Uma Capela formosa, a)
Testemunho doutra era. a) (BIS)
Viva Santa Valha,...( BIS)
(III)
Santa Valha foi romana,
É uma aldeia transmontana,
Mas de uma beleza plena;
Tem uma história lendária, a)
E a Capela centenária, a)
De Santa Maria Madalena. a) (BIS)
Viva Santa valha,...(BIS)
(IV)
Santa Valha é um encanto,
Por isso lhe queremos tanto,
Embora seja bravia;
São belos e altaneiros, a)
Os seus bonitos Cruzeiros, a)
E a sua velha Abadia. a) (BIS)
Viva Santa Valha,...(BIS)
Fim
Observação: Desconhecemos a data da fundação do Hino oficial de Santa valha, mas sabemos, que já vem do tempo dos nossos antepassados.
Santa Valha Triunfante:
(I)
Entrei pela Espanha adentro,
Entrei pela Espanha adentro,
Acavalo num mosquito;
Toda a gente ficou admirada, ( Bis)
Toda a gente ficou admirada, (Bis)
Que cavalo tão bonito. (Bis)
Refrão …..,
Viva Santa Valha,
Terra de beleza;
Aldeia pequenina,
Cercadinha de riqueza. (BIS)
(II)
Santa Valha é um jardim,
Toda a gente diz assim,
Pois é bela todo o ano;
Por este Concelho além, (Bis)
Só há quem lhe queira bem, (Bis)
Mas graças ao São Caetano. (Bis)
Refrão:…..,
Viva Santa Valha,
Terra de beleza;
Aldeia pequenina,
Cercadinha de riqueza. (BIS)
Fim
Santa Valha Terra Nossa:
(I)
Santa Valha terra nossa,
Das aldeias a mais bela,
Teus a vida, teus o sonho,
Vivemos bem junto a ela;
Teus o Santo milagroso,
Em dias de romaria,
Onde toda a gente canta, (Bis)
Com prazer a alegria. (Bis)
Refrão: ….,
Viva Santa Valha,
Terra de beleza;
Aldeia pequenina
Com muita riqueza;
Se não acreditas anda para ver; (Bis)
É hospitaleira, (Bis) Vai-te receber. (Bis)
(II)
Ó povo de Santa Valha,
Ao longe parece uma Vila;
Tem um cravo na entrada,
E uma rosa na saída;
Hei-de cercar Santa Valha,
Com 30 metros de fita;
À porta do meu amor, (Bis)
Hei-de por a mais bonita. (Bis)
Refrão:…..,
(III)
Cantai raparigas todas,
Ajudai sequer uma,
O cantar é ser alegre,
Não é vergonha nenhuma;
Santa Valha é minha terra,
Santa Valha é meu lugar,
Valpaços é o meu Concelho, (Bis)
Distrito de Vila Real. (Bis)
Refrão: ….,
(IV)
Dizem todos que cá vêm,
Na hora da despedida;
Que levam no coração, (Bis)
A nossa terra querida. (Bis)
Refrão:…..,
Fim
Poema “alterado” do Hino da Maria da Fonte, que as crianças da instrução primária e outra mocidade da nossa freguesia, costumava cantar até 1974/1975.
(I)
Dona Maria da Fonte,
Acavalo sem cair;
Com uma corneta na boca,
A tocar a reunir.
(II)
“ Refrão”
Ó leva avante, ó Portuguesa,
Ó leva avante sem temer;
Pela santa liberdade, (Bis)
Triunfar até morrer. (Bis)
(III)
Dona Maria da Fonte,
Era uma grande caloteira;
Mandou fazer um vestido
E não pagou à costureira.
Refrão ……..
Canção da Festa de Valpaços
(i)
Óh minha mãe deixe, deixe,
Óh minha mãe, deixe-me ir.
Ao arraial a Valpaços,
Que eu vou e torno a vir.
(ii)
Tu vais e tornas a vir,
Ó filha, virás ou não.
O arraial de Valpaços,
Foi a tua perdição.
(iii)
Foi a tua perdição,
Foi essa má companhia.
No arraial de Valpaços,
Deixaste a tua alegria.
(iv)
No arraial de Valpaços,
Um grane crime se deu.
Foi por causa d`um cigano,
Que bebeu e não pagou.
Canção de Santa Valha a Valpaços:
(I)
Óh Valpaços deixai entrar,
Esta brilhante mocidade;
Mas não queirais contestar, (Bis)
A nossa leviandade. (Bis)
Refrão:…..,
Cantemos todos as ilusões,
Os corações e sonhos sentidos;
Nossos amores que ande virer,
E depois morrer estremecidos.
Lá rá lá lá lá, rá lá lá lá lá, rá lá lá.
(II)
Óh nobre Vila (Cidade) de Valpaços,
Ó terra tão hospitaleira;
Tu estás preza com os laços, (Bis)
À tua mãe Padroeira. (Bis)
(III)
Óh nobre Vila (Cidade) de Valpaços,
Óh terra de tanto valor;
Tu estás preza com os laços, (Bis)
À tua Mãe do Senhor. (Bis)
Rafrão:….,
Fim
Observação:
A letra desta última canção (Lá Rá Lá Lá Lá) foi escrita por José Maria (Cagigal), na década de 1940.
Este conterrâneo, ainda hoje vivo e a residir no Rio de Janeiro, Brasil, emigrou para lá em 1951 ou 1952. Contaram-me pessoas mais idosas, ter sido um jovem solteiro com uma educação extrema, de muito respeito, querido na terra, barbeiro de profissão, e ainda, poeta, cantor popular, e excelente tocador de guitarra.
Chegou mesmo a formar nessa época um grupo de raparigas, que cantavam e dançavam estas canções e muitas outras, com versos por si escritos e ensaiados, chegando mesmo este “Grupo de Cantares”, a actuar em Vilarandelo e Valpaços.
Serapico, Pico, Pico:
(Verso popular que servia outrora de jogo de crianças à lareira, e não só!)
Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico.
Foi a Gata Borralheira
Que come ovos com manteiga.
Salta a pulga na balança
Dá um pulo até à França.
Os cavalos a correr,
As meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder?
(Ou)
Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico.
Foi a velha chocalheira
Que andava pela ribeira
Aos ovinhos de perdiz
Prà menina do juiz.
Os cavalos a correr,
As meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder?
Etc.
Cantar os Reis (exemplo de versos, entre muitos):
“Refrão”
Timoneira que estás dormindo,
Sobre a barca declinada;
Ai acorda que a manhã vem vindo, a)
Nos versos da madrugada. a) Bis
(I)
Nós somos duas (dois) ou três,
Quatro, cinco ou seis;
Vimos dar as Boas-Festas, a)
E também cantar os Reis. a) –Bis
(Repetir Refrão)
(II)
Um raminho, dois raminhos,
Três raminhos ao seu peito;
Viva o Sr. ______________ a)
Que esta vai a seu respeito. a) Bis
(Repetir Refrão)
(III)
Quem diremos nós que viva,
No grãozinho do arroz;
Viva o Sr. _____________, a)
Por muitos anos e bons. a) Bis
(Repetir Refrão)
(IV)
Viva também o Sr. ________,
Sempre com o seu casaquinho;
Meta a mão ao seu bolsinho, a)
E deite para cá um eurozinho (€) a) Bis
(Repetir Refrão)
(VI)
Quem diremos nós que viva,
Na folhinha do codesco;
Vivam todos os que aqui trabalham, a)
Que por nome não conheço. a) Bis
(Repetir Refrão)
Viemos cantar os Reis,
Não queremos ficar mal;
Desejamos um Bom Ano, a)
Para todos em geral. a) Bis
Fim.
Poema de uma Ponte da minha aldeia.
Lembrei-me de contar aqui a história de um poema engraçado de que me veio á memória, dedicado pelo povo da minha aldeia, a uma ponte e seus construtores, obra essa edificada pela Junta de Freguesia por volta de 1951, sobre a pequena ribeira que atravessa a estrada que liga Santa Valha à anexa do Gorgoço, antigamente caminho vicinal.
Tendo em conta o facto que se passou logo a seguir à construção, passado mais de meio século, este poema de tributo, ainda continua a ser lembrado, com alguma nostalgia, por muita gente desse tempo.
“A ponte de Entre-as-Águas,
Que causou tantas mágoas,
Foi feita por três doutores,
Um cego e aleijado,
Outro mal via coitado,
Mais um Professor.”
Eram estes os mestre-de-obras responsáveis da Junta de Freguesia de então:
*Cego e aleijado: (meu tio Toninho) António Avelino da Cunha, com o cargo de Tesoureiro.
*Mal via coitado: João José Cardoso, também conhecido por João Ribeiro, Secretário.
*Professor: Carolino Augusto Afonso, Presidente e professor do ensino primário.
Motivo do Poema: Devido há deficiente construção, a ponte veio a cair na totalidade logo nas primeiras chuvadas mais fortes do inverno desse ano.
Benvinda da Cunha Cagigal (Bindinha)
Agosto/2009 – Publicado no Jornal “ Tribuna Valpacense”
“ A Portuguesa”
– Hino Nacional Português
O Hino Nacional de Portugal é “A Portuguesa”, que tem letra de Henrique Lopes de
Mendonça e música de Alfredo Keil
--- Letra de “A Portuguesa” ---
Nota: Antigamente cantava-se o Hino Nacional, com a antecipação da seguinte frase: Viva a Pátria, Viva Portugal: Heróis do mar, …….., coisa que agora deixou de se fazer, só ouvido em música.
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
--- História do hino ---
“A Portuguesa” nasceu como uma canção de cariz patriótico em resposta ao ultimato britânico para que as tropas portuguesas abandonassem as suas posições em África, no denominado "Mapa cor-de-rosa", que constava de territórios que ligavam Angola e Moçambique.
Tornou-se hino nacional com a implantação da república, substituindo o “Hymno da Carta”.
A música e a letra de “A Portuguesa” sofreram alterações ao longo do tempo. Onde hoje se diz "contra os canhões", dizia-se "contra os bretões", ou seja, os ingleses. Veio substituir o “Hymno da Carta”, o hino da monarquia.
Em 1956 existia mais de uma versão do hino. Por isso, o governo nomeou uma comissão encarregada de estudar uma versão oficial de “A Portuguesa”. Essa comissão elaborou uma proposta que seria aprovada em Conselho de Ministros a 16 de Julho de 1957, mantendo-se o hino inalterado deste então.
A letra do hino oficial não inclui todo o poema de Henrique Lopes de Mendonça, o qual é apresentado a seguir.
Nota: Para quem não sabe aqui fica a versão na íntegra do nosso Hino Nacional
--- Letra completa de “A Portuguesa” ---
I
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O oceano, a rugir d`amor,
E o teu Braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Fim
Santa Valha - 01-03-2011
(Última actualização em 01 de Março de 2015)