LENDA DA CRIADA DOS CIPRESTES

 

Reza a lenda que na casa ou solar dos Ciprestes, existiu uma criada que por vezes ia ao monte do castro, fazer uma vassoura de giesta para varrer/limpar os aposentos da casa.

Um dia, a criada não voltou, e ficaram todos preocupados.

Ao fazer a vassoura, abriu-se mesmo à frente dela uma fraga, e uma voz doce vinda do interior desta, convidando-a  a entrar, e ela entrou como se fosse um encanto.

 Lá dentro, havia três talhas de barro, uma, tinha morte, outra, peste, e outra,  ouro. A voz dizia-lhe:

-Escolhe uma das talhas e podes ter tudo o que sempre sonhaste. Mas atenção!?    Não podes contar nada a ninguém, se o disseres, morres.

            A empregada pensou e por fim disse:

            -Então quero a talha de ouro!!.

Ao chegar a casa estava toda a gente preocupada, e perguntaram-lhe onde tinha estado. Então ela disse que foi só cortar umas canas de giesta para fazer uma vassoura; ela tinha estado muitas horas fora, mas no entender dela parecia-lhe que só foram uns minutos.

O patrão reparava que tinha grandes colares de ouro e perguntava-lhe onde arranjou aquilo, mas nada ela respondia, porque a voz do alem  tinha-lhe dito que se o contasse, morreria. Desde esse dia ela aparecia todos os dias carregada de ouro e as pessoas reparavam que demorava muito tempo a fazer a vassoura, e começaram a desconfiar.

            Interrogam-na  todos os dias, mas ela não dizia nada. Até que os dias  iam passando, e cada vez era mais difícil guardar o segredo, porque tinha uma coisa com ela, que lhe dava uma vontade enorme para contar. Um dia, não aguentando mais a pressão das pessoas que lhe perguntavam onde conseguira ela todo aquele ouro, pensou que a voz que ouviu podia ser fruto da sua imaginação, e decidiu contar a verdade. Contou então às pessoas, com todo o pormenor, o que lhe tinha acontecido naquela rocha. Quando acabou de contar, verificou que nada tinha acontecido e foi toda contente para casa. Ao outro dia decidiu ir novamente à rocha buscar mais ouro, a rocha abriu, e ela entrou, tendo ficado lá dentro para sempre com a peste e a morte.

 

LENDA DO FANTASMA

 

Conta a lenda que na casa ou solar dos ciprestes, existe um quarto que tem tanto de grande como de misterioso. Nele, existe uma bela secretária e enormes quadros de antigos moradores de grande importância para esta(e) e para a aldeia.

Consta-se, que de noite aparece, a quem dorme lá, um cavaleiro vestido de branco com o seu enorme cavalo e que ouvem as ferraduras do cavalo a trepar pela casa adentro.

            Poderá ser uma (pequena) lenda que se passa naquela casarão, tal como todas as casas grandes e antigas, mas ver para crer...!

 

LENDA DA FRAGA DA SERPENTE

 

Diz a lenda, que no monte do Castro ou Crasto, muito perto do Solar dos Ciprestes, existe uma rocha com uma serpente esculpia nela e uma cova ao seu lado. Reza a lenda que a cobra era alimentada por um homem que passava por ali todos os dias com as suas cabras.

Quando passava pelo local assobiava à cobra. Esta, aparecia, e ele ordenhava uma cabra para a tal cova que existe na fraga. E assim, dia após dia, alimentava a cobra com o leite desta.

Mas um dia o homem teve que ir para a tropa, e nunca mais lhe levou de comer, tendo esta quase morrido a fome.

Quando o homem regressou da tropa e voltou à sua vida normal, um dia passou pelo local; assobiou aos cães que o acompanhavam e apareceu-lhe a cobra. Esta, que tinha sobrevivido, era muito grande (uma monstruosidade anormal), e com as ânsias da morte, pela fome que passou, ficou com tanta raiva ao homem, que o matou.

            Ainda hoje em dia, há pessoas que afirmam ter visto tal cobra nas proximidades.

 

LENDA DAS TECEDEIRAS

 

A lenda diz, que no caminho da Santa Olaia, existe uma rocha de grande porte, a qual tem  vários pequenos buracos esculpidos nela. No caminho, os adultos costumavam dizer às crianças, que se encostassem lá o ouvido, conseguiam ouvir as tecedeiras a tecer. Estas, muito inocentemente, encostavam então lá o ouvido, e os adultos, davam-lhe uma pancada na cabeça contra a rocha, a qual ficava a doer um bocadinho “ e por vezes não só!?! ”

            Era espécie de uma praxe…, e assim o nome do local.