BIOGRAFIA - HISTORIAL

RANCHO FOLCLÓRICO DE SANTA VALHA

 

 

“ Colectividade Fundada por Escritura Pública de 30/03/2005 no Cartório

Notarial de Chaves, Fls: 16 a 16 verso – Titular do NIF: 507204638 “.

O Rancho Folclórico de Santa Valha pertence, como o nome indica, à Freguesia de Santa Valha, Concelho de Valpaços e Distrito de Vila Real.

Santa Valha é uma linda aldeia, com duas aldeiazinhas anexas, Gorgoço e Pardelinha, situada num vale radioso, serpenteada por alguns ribeiros e rodeada de frondosos pinhais com alguns sobreiros de mãos-dadas. É uma aldeia transmontana essencialmente agrícola, rica em vinhedos e olivais, havendo também outras culturas menos geradoras de riqueza, mas que bastam as necessidades da sua gente, com destaque para a batata, milho, feijão, algum centeio e muita fruta variada. Neste sector primário existe ainda apicultura em crescimento e criação de gado lanígero, actividade pastorícia com muito mais abundância no passado.

De uma conversa entre amigos à mesa de um café da aldeia, surgiu a ideia de criar um rancho folclórico que preenche-se algumas lacunas existentes no meio social e cultural de Santa Valha, entre elas, a necessidade de cativar a juventude para um convívio são e salutar de divertimento e para a preservação das nossas tradições, usos e costumes e da nossa história longínqua que remonta à época dos romanos como o demostram os vestígios do nosso "castro, cemitério romanos e outros" situados num monte sobranceiro à aldeia, bem assim como vários lagares cavados ou escavados na rocha de fazer o vinho nos montes do tempo dos romanos. Isto no que respeita aos mais jovens. No tocante aos menos jovens, seria o reviver do tempo passado e o divertimento para aliviar algum cansaço do trabalho e do alegrar um pouco mais as suas vidas.

Assim nasceu o Rancho Folclórico de Santa Valha em “ Maio de 2002 “ que logo começou com intensas pesquisas de cantigas e bailados para o seu repertório e que teve a sua primeira actuação na romaria anual da nossa terra em honra de São Caetano no dia “ 8 de Agosto do mesmo ano de 2002 “,  que tem como Orago ou Padroeira, Santa Eulália. Porém, só em “ 30 de Março de 2005 “ é que foi constituído oficialmente como Colectividade, por Escritura Pública lavrada em Cartório Notarial.

O fundador e impulsionador inicial do Rancho foi o falecido senhor Alberto Domingos Silva. Teve como Presidente da Direcção: Olga Lopes Reis; Vice- Presidente e organizadora: Josefa Tender; Secretária: Bárbara da Eira e Tesoureiro: António Gonçalves Araújo entre outros elementos dos restantes corpos sociais e demais colaboradores.

O elenco é constituído por dois grupos ou sectores. O grupo de cantadores e tocadores de instrumentos típicos, tais como: concertina, acordeão, viola, cavaquinho, bombo, pandeireta, reque-reque e ferrinhos, entre outros, e o belo e brilhante grupo de "dançarinos", constituído na sua totalidade por jovens.

Os dois grupos vestem os trajes típicos dos lavradores da região, composto de blusas e saias de chita e riscado de cores alegres, lenços na cabeça e aventais para as mulheres; para os homens: calças de cotim e camisas de riscado, chapéus pretos e calçam todos socos ou botas ou bailam/dançam descalços.

Os dançarinos dançam lindas modas ou cantigas antigas ao som de instrumentos e vozes dos tocadores e cantadeiras, tais como as seguintes cantigas: Margarida Moleira, Rapazes à frente, Verde-gaio, Vira-cruzado; Ó Rita arredonda a saia, Saia-velhinha, Lavadeiras e tantas outras.

Nas suas actuações o grupo exibe instrumentos da lavoura usados ao longo do tempo, como, por exemplo: engaço ou ancinho, malho, foice, enxada e sempre com as cabaças do vinho pendentes do ombro ou da cinta, tendo em conta que a nossa “ qualidade do vinho ” sempre marcou a diferença na excelência deste produto em todo o nosso concelho, atendendo sobretudo ao excelente micro – clima existente, solo, método e castas tradicionais milenares herdadas dos nossos antepassados, certamente a maior parte delas do tempo dos romanos, que por cá passaram e se instalaram, deixando vestígios como atrás referido.

Acompanha sempre o rancho a sua bandeira. Na bandeira “ primitiva ” está referido o símbolo ou logotipo oficial da Colectividade. Nela encontram-se reportados os produtos agrícolas mais característicos da nossa aldeia e freguesia: um cacho de uvas, um raminho de oliveira e um cordeiro. As cores principais que constam nesse símbolo são: o “ roxo ” que representa as uvas e o vinho, e o “ verde e preto “ que representa a oliveira, a azeitona e o azeite, dois produtos nobres da nossa freguesia. A cor restante é o “ branco sujo ” que representa a cor do cordeiro e a purificação da vida.

Desde a sua fundação o rancho tem actuado um pouco por todo lado, ou seja: desde norte a sul de Portugal, passando pela Ilha da Madeira e terras de França, facto que nos motiva, que nos deixa orgulhosos e que nos dá força para continuar.

Resta acrescentar todavia, que o nosso rancho nunca se escusa ou escusará a qualquer actuação, procurando levar o nome da nossa aldeia e as suas tradições o mais longe possível, fazendo deste modo jus à intenção para o qual foi criado; educar, divertir e ocupar sãmente os tempos livres da juventude, levando-os a conhecer outras terras, outras gentes e outras realidades e também alegrar e aquecer os corações dos mais velhos que assim se divertem e vão recordando os tempos belos e nostálgicos da sua mocidade.

Saudações etnográficas.

Fim